Stellantis e Renault anunciaram a descontinuação de seus programas ligados ao hidrogênio, enquanto BMW, Hyundai e Toyota reafirmaram seus investimentos na área. Assim, a tecnologia de células de combustível de hidrogênio perdeu dois apoiadores de peso na Europa.
A Stellantis confirmou o fim de seu programa de células de combustível, incluindo a linha de vans Pro One movidas a hidrogênio, redirecionando esforços para veículos elétricos a bateria e híbridos. Em comunicado, a empresa informou ter registrado um prejuízo de € 733 milhões relacionado a esse investimento.
Segundo Jean-Philippe Imparato, COO da Stellantis na Europa, o mercado de hidrogênio permanece um nicho sem viabilidade econômica a médio prazo. A decisão também impacta a Symbio, joint venture da Stellantis com Michelin e Forvia, da qual a Stellantis era responsável por 80% dos negócios.
A Renault encerrou a operação da Hyvia, sua parceria com a americana Plug Power, criada em 2021 para produzir vans a hidrogênio. O tribunal francês declarou a empresa insolvente em fevereiro, após dificuldades atribuídas à lenta evolução da infraestrutura de hidrogênio na Europa e aos altos custos de desenvolvimento.
Apesar das baixas, a Toyota, BMW e Hyundai seguem firmes no segmento. A Toyota mantém o sedã Mirai, lançado em sua segunda geração em 2021, com autonomia de cerca de 650 km. A empresa também desenvolve uma célula de combustível de terceira geração e, em parceria com a Isuzu, planeja lançar caminhões leves a hidrogênio.
A BMW apresentou o protótipo iX5 movido a hidrogênio e anunciou para 2028 seu primeiro veículo de produção com essa tecnologia, em colaboração com a Toyota. Já a Hyundai prevê aplicar células de combustível a todos os seus veículos comerciais e caminhões pesados até 2028.
De acordo com a Knowledge Sourcing Intelligence, o mercado global de veículos a hidrogênio deve crescer 20% ao ano entre 2025 e 2030, atingindo US$ 20,5 bilhões. Em 2024, havia cerca de 60 mil veículos a hidrogênio em circulação, com previsão de 100 mil até 2026, segundo o Market Growth Reports. Japão, Coreia do Sul e Alemanha contam com mais de 500 estações de reabastecimento, e a China projeta ultrapassar mil pontos até 2030.
Apesar das previsões de crescimento, especialistas apontam que os BEVs continuam dominando em volume de vendas. Segundo Pedro Pacheco, vice-presidente de pesquisa da Gartner, a falta de redes próprias de abastecimento e a baixa atratividade para empresas de energia dificultam a expansão do hidrogênio.
“O domínio dos BEVs mostra claramente que são eles que devem ser priorizados”, afirmou Pacheco em entrevista ao Automotive News Europe.
Fonte: AutoNews
VW nunca embarcou nessa barca furada. Toyota continua a acreditar.
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