Nissan enfrenta crise e busca soluções de longo prazo

A Nissan, montadora japonesa, atravessa uma crise profunda e está em busca de um acionista estável para garantir sua sustentabilidade. Segundo o Financial Times, a empresa teria entre 12 e 14 meses para implementar medidas que assegurem sua continuidade. A situação se agravou com o anúncio recente do corte de 9 mil empregos e a redução de 20% da capacidade produtiva.

A pressão sobre a Nissan é ampliada pela concorrência dos fabricantes chineses e pela incerteza no mercado norte-americano, especialmente após a reeleição de Donald Trump, que tem sinalizado possíveis sanções a veículos importados.

Rumores apontam que a Honda estaria interessada em adquirir parte das ações da Nissan. A Renault, atual parceira da Nissan, poderia participar dessa negociação como parte da reestruturação da aliança entre as empresas. A Nissan e a Honda já colaboram no desenvolvimento de novas tecnologias para veículos definidos por software, o que pode fortalecer uma eventual aliança.

Ainda assim, fontes internas da Nissan consideram essa aquisição pela Honda uma medida extrema e a última alternativa para a empresa.

A Renault, que anteriormente detinha 43% das ações da Nissan, reduziu sua participação para cerca de 36%, enquanto a Nissan adquiriu direitos de voto em sua participação na Renault. No contexto de medidas emergenciais, a Nissan também planeja vender até 10% de suas ações na Mitsubishi, na qual detém atualmente 34%.

Embora não esteja diretamente envolvida nas negociações com a Honda, a Renault observa as movimentações com interesse. Especialistas acreditam que uma aliança mais ampla entre Renault, Nissan, Honda e Mitsubishi poderia fortalecer a competitividade das empresas, especialmente diante do avanço dos fabricantes chineses. A expansão conjunta permitiria uma presença mais forte em mercados estratégicos como Europa, Sudeste Asiático, China, Estados Unidos e Japão.



Fonte: [Financial Times]