Fabricantes que lideram o mercado de híbridos plug‑in (PHEV) na Europa começam a rever planos para ampliar a autonomia elétrica de seus modelos. Executivos de Toyota e Hyundai apontam que, acima de 100 km, o ganho em emissões não compensa o aumento de custos nem a complexidade técnica dos sistemas.
Novo Toyota RVA4 Adventure-2026
100 km virou referência de autonomia
Andrea Carlucci, diretor de produto da Toyota Europa, afirmou que baterias capazes de rodar cerca de 100 km sem gasolina já entregam o “equilíbrio adequado” entre preço e redução de CO₂. Acima disso, o veículo precisa de mais células, inversores maiores e calibrações extras — despesas que elevam o preço final.
Toyota C-HR 2025 - em movimento
O C‑HR plug‑in, primeiro PHEV de volume da Toyota na região, chega a 66 km de alcance elétrico; o RAV4 PHEV atinge 100 km. Ambos ajudaram a elevar as vendas de híbridos plug‑in da marca em 139% no quadrimestre, para 21.637 unidades.
Toyota C-HR 2025 - recarregando
A Toyota afirmou que, por ora, não pretende seguir o caminho de outras fabricantes que ampliaram significativamente a autonomia elétrica de seus modelos híbridos plug-in.
Audi Q3 2025 - regarga
Já o Grupo Volkswagen, por meio da marca Audi, optou por expandir a autonomia dos PHEVs. A nova geração do Audi Q3, por exemplo, terá alcance elétrico de até 119 km — mais que o dobro da autonomia oferecida pelo modelo anterior, que era de aproximadamente 50 km.
Novo Audi Q3 2026
Hyundai vê complexidade crescente
Para a Hyundai, colocar baterias maiores em carros com dois sistemas de propulsão (motor a combustão e elétrico) gera sobrecarga de custos e engenharia. Xavier Martinet, CEO da divisão europeia, questiona até onde vale a pena prolongar a “tecnologia de transição”.



Segundo o executivo da Hyundai, a marca trabalha em elétricos de autonomia estendida (EREV), mas não decidiu se lançará o formato na Europa.
Hyundai Tucson Plug-in Hybrid 2026
Limites regulatórios
A pressão por maior alcance começou com a atualização do protocolo de emissões WLTP. Desde janeiro, modelos recém‑lançados precisam usar um “fator de utilidade” mais alto, que penaliza quem roda pouca distância em modo elétrico. Carros já no mercado terão de se adequar em 2026.
Hyundai Tucson Plug-in Hybrid 2026
Para 2028, a União Europeia deve apertar novamente as regras, reduzindo o benefício para PHEVs na média de CO₂ das montadoras. Na prática, investir agora em baterias muito maiores pode ter retorno curto.
VW Tiguan 2026
Mercado
Nos quatro primeiros meses de 2025, as vendas de PHEVs cresceram 11% na Europa, para 366.670 unidades, puxadas por marcas de maior volume — Volkswagen, Toyota e chinesas como BYD e Chery. O segmento premium perdeu 16% no mesmo período, enquanto os modelos de entrada avançaram 56%.
Volkswagen Golf 2025 hybrid
Cenário futuro
Com as mudanças regulatórias e o custo adicional das baterias, a maioria das montadoras deve manter a autonomia elétrica dos PHEVs entre 60 km e 100 km. Para trajetos maiores, a estratégia tende a migrar para elétricos puros ou para versões de autonomia estendida que dispensem motores a combustão de alta potência.
Novo Hyundai KONA HYBRID 2026
Fonte:[AutoNews]

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