Mercado de automóveis fecha abril em queda — menos de 200 mil unidades

O mercado automotivo brasileiro encerrou abril de 2025 com 196.454 veículos emplacados, número que representa um crescimento de 7% em relação a março, quando foram vendidas 183.650 unidades. O avanço é explicado, em parte, pela influência do Carnaval no início de março, que reduziu os dias úteis para vendas naquele mês.

No entanto, na comparação com abril de 2024, o setor sofreu uma queda de 5,5%, marcando o primeiro recuo anual desde o fim da pandemia da Covid-19 — impacto atribuído principalmente ao menor número de dias úteis em abril deste ano (20 contra 22 no ano anterior).

Venda direta impulsiona desempenho mensal
Apesar da retração na comparação anual, o desempenho diário médio foi positivo frente a março, tanto nas vendas de varejo quanto nas diretas. O showroom cresceu 7,4% com a comercialização de 103.176 unidades, enquanto as vendas diretas registraram alta de 6,5%, somando 93.278 veículos.

A venda direta segue com forte presença no mercado, representando 47,5% das transações de abril — praticamente estável em relação a março (47,7%), mas significativamente acima dos 43,9% observados no mesmo mês de 2024.

Montadoras: Fiat lidera, Hyundai surpreende
No ranking das fabricantes, a Fiat manteve sua posição de liderança com 21,8% de participação no mercado, uma alta de 0,7 ponto percentual em relação ao mês anterior. A Hyundai foi o destaque do mês, saltando de 6,9% para 8,4%, um avanço de 1,5 ponto percentual. A Toyota também apresentou crescimento, alcançando 8,3% de participação.

Por outro lado, Renault, Nissan e GM viram sua presença encolher, com quedas de 1,2, 1 e 0,5 ponto percentual, respectivamente. O top 5 de abril foi composto por Fiat (21,8%), Volkswagen (16,4%), GM/Chevrolet (10,5%), Hyundai (8,4%) e Toyota (8,3%).

Eletrificados ganham espaço no mercado
Os veículos eletrificados continuam a ganhar terreno. Em abril, foram 19.314 unidades emplacadas, alta de 9,7% em relação a março e de expressivos 28,5% comparado a abril de 2024. Com isso, os eletrificados já representam 9,8% do total de vendas no país.

A divisão por tipo de motorização mostra predominância dos híbridos plug-in (PHEV), com 38,3% dos emplacamentos. Em seguida vêm os elétricos puros (BEV), com 25,2%; os híbridos leves (MHEV), com 24,9%; e os híbridos convencionais (HEV), com 11,6%.



Entre os modelos mais vendidos por categoria, os destaques foram:
BEV: BYD Dolphin Mini (2.177 unidades, 44,7% da categoria)

PHEV: BYD Song Pro (2.257 unidades, 30,5%)

MHEV: Fiat Fastback (2.447 unidades, 50,9%)

HEV: Toyota Corolla Cross (951 unidades, 42,3%)

Crescimento das chinesas reforça mudança no mercado As montadoras chinesas continuam a se firmar no Brasil. Em abril, elas responderam por 7,9% das vendas, ligeiramente acima dos 7,7% de março, indicando uma tendência clara de consolidação de suas marcas entre os consumidores brasileiros.

No recorte regional, São Paulo segue como o principal mercado automotivo do país, respondendo por 26% dos emplacamentos. Minas Gerais vem em segundo lugar com 21,9%, seguido por Paraná (6,7%) e Rio Grande do Sul (5%).

Apesar de uma retração anual inédita desde a crise sanitária, o setor mostra sinais de resiliência e transformação, puxado pelo avanço dos eletrificados, a força das vendas diretas e o crescimento das montadoras asiáticas.

Fonte: [Bright Consulting]