Como todos nós sabemos, os carros produzidos no território brasileiro, sobretudo os chamados “populares”, não são exemplares quando o assunto é segurança. E isso comove até mesmo consumidores de outros mercados, como mostrou uma reportagem da agência norte-americana de notícias Associated Press, que questionou a segurança de novos automóveis.

Tendo como base as notas obtidas pelos veículos durante os crash-tests realizados pelo Latin NCAP, a agência disse que os modelos produzidos em nosso País são “comprovadamente letais”. Somos o quarto maior mercado do mundo no ramo automotivo, mas, em contrapartida, nossos produtos estão 20 atrasados em relação aos similares vendidos na Europa e nos EUA, por exemplo.

Essa insegurança dos automóveis nacionais tem um motivo: corte de custos de produção. Os veículos produzidos por aqui possuem estrutura mais fraca, por conta da redução de pontos de soldas ou até mesmo na quantidade de energia utilizada para soldar cada ponto, já que 20% do custo total da produção da estrutura é oriundo da energia elétrica – além disso, o custo da eletricidade no Brasil é muito maior, apesar da presença de várias hidrelétricas brasileiras. Nesses casos, nem airbags frontais são a salvação em caso de colisões frontais.

“Esses problemas com soldas foram vistos nos EUA na década de 1960”, disse à agência David Ward, diretor da Federação Internacional do Automóvel. Ou seja, o atraso é de mais de cinquenta anos.

E não é apenas os carros produzidos no Brasil que são inseguros em relação aos vendidos lá fora: os importados para o nosso País também podem ser tão frágeis em segurança quanto os nacionais. O March é um belo exemplo. O hatch de entrada da Nissan, importado do México, impressionou negativamente no crash-test, já que pontuou apenas 2 estrelas, mesmo com airbags, enquanto o exemplar vendido no velho-continente é digno de 4 estrelas.
Dessa forma, com custo de produção menor, a lucratividade média de 10% está garantida. Lá fora, observam que nos EUA essa média é de 3% e a média global é de 5%. Isso sem contar que a maior parte dos veículos vendidos no país é de populares, que, em muitos casos, oferecem airbag duplo e ABS como opcionais.

Além disso, os consumidores também podem se dizer culpados nessa história. É fácil ver em showroom de qualquer revenda um automóvel pronto para ganhar a garagem de um consumidor, que optou por rodas de liga-leve, ar-condicionado, trio elétrico e sistema de som em vez de airbag duplo e freios ABS, itens que não estão presentes nem mesmo como opcional em alguns modelos, como o Mille, da Fiat. E também, em casos de acidentes, os ocupantes que sofreram graves lesões não recorrem à justiça para ganhar seus direitos.

Por conta disso, segundo um engenheiro automotivo que trabalhava em uma montadora americana, que preferiu não se identificar, disse que as empresas tinha prazer em comercializar veículos em mercados emergentes, já que seus clientes não se preocupavam em segurança e nem mesmo o governo impunha leis mais severas, o que não exigia grandes investimentos nesta parte.

As fabricantes poderiam sim aumentar a segurança de seus automóveis, já que dinheiro não falta. De acordo com dados divulgados pela consultoria IHS, a margem global de lucro das montadoras nos EUA é de 3%, percentual que nos EUA é de 5%. No Brasil, entretanto, esta margem é de 10%. A reportagem ainda reconhece que os custos para produzir um veículo por aqui também são altos, como o exemplo da eletricidade consumida pelas fábricas. 

12 Comentários

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  1. Demais esta falta de respeito. É em tudo qto é setor, todos os dias corrupção, assassinato que fica impune, descaso na saúde, etc. E agora surge o que todo mundo sabe, ou pelo menos quem está antenado nos carros brasileiros, envergonhando e constrangendo toda uma Nação, por consumir um produto de péssima qualidade, seria como os carros chineses que tanto falamos. Governantes do alto escalão, que só querem encher os bolsos. Enfim, VERGONHA Nacional, boicote nestas montadoras. Parem de lançar notícias sobre veículos nacionais ou exportados, ajudem a melhorar o país.

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  2. da uma revisada ae! o texto ta cheio de erros !
    Alias porque vc´s não fazem uma reportagem sobre o desconto final que deviria ter sido aplicado ao preço do carro apois o 'desconto' de energia feito em jan/2013 ? ja q a energia é 20% de uma carro e essa energia teve seu preço diminuido em 20% pelo menos 1/5 desses 20% deveria ter diminuido ou mais ou menos 4% de desconto em qualquer veicuilo fabricado no BR ( isso é mais que o "tão falado" desconto do ipi na maioria dos casos).

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  3. enquanto compramos essas porcarias eles nunca vão melhorar

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  4. SOCORRO!... SOCORRO!...

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  5. Parece que a Hyundai já aprendeu a fabricar no Brasil. Esperava um resultado melhor para o HB20. Queria saber o resultado de qualquer GM com plataforma GAMMA II fabricado no Brasil (Cobalt, Spin, etc).

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  6. Nunca me senti tão PALHAÇO. E a madita presidente vai lá reduzir IPI todo dia para as fabricantes aumentarem ainda mais o lucro e bem observado por Marcos Lopes a questão da redução no valor da energia. Tudo desculpa para ferrar.

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  7. Vocês viram o preço pago pelas montadoras aos fabricantes de AIR BAG? Pasmem, 70 dólares= R$ 140,00. Que tal as famílias de vítimas começarem a cobras na justiça das montadoras por lesões ou mortes? Fica a dica.

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  8. pra piorar a situação,os motoristas daqui não tem a menor prudencia,ultrapassam em locais proibidos,bebem e dirigem,etc

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  9. Existe algum carro fabricado para o nosso mercado que tem uma qualidade igual a dos europeus?

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    1. Infelizmente não. Os nosso Corolla e o nosso Civic, modelos tops nacionais, não possuem airbag cortina, apenas airbag lateral nas versões mais completas (de 70 mil para cima).

      A impressão que dá é que a vida do brasileiro não vale tanto como a dos outros. Mas os governantes não se incomodam, eles andam com carros importados às nossas custas.

      O único carro "acessível" e seguro é o Nissan Sentra SL, com 6 airbags. Este ganhou 5 estrelas no NHTSA. Não há milagre, lá fora já vendem o modelo novo dele há meses, aqui nem se falou da chegada do novo, porém entre segurança e carro atualizado, é de se pensar... Importante dizer que o pós-venda e o preço das peças da Nissan são superfaturados, ou seja, se chegar na concessionária eles te meterão a faca sem qualquer dó, cobrando 50% ou 60% a mais no preço das peças, sem contar a mão-de-obra, que é outra paulada.
      Se eu comprasse outro carro zero da Nissan hoje, arriscaria perder a garantia e fazer manutenções fora, em oficina renomada, e caso desse problema discutiria judicialmente. Aqueles amadores estragaram demais um Sentra que eu tive, acabei vendendo de desgosto.

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    2. Esqueci de dizer que modelo é mexicano e possui preço de seguro relativamente alto.

      Nada posso dizer sobre os modelos coreanos de seguimento superior, parece que são bons, mas não vi nenhum teste falando sobre eles.

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