A Ford do Brasil comemorou esta semana o fato de um exemplar de um Ford Verona 1990 ter rodado mais de 1 milhão de quilômetros. O proprietário do carro, o engenheiro e professor Creso Peixoto, foi inclusive recebido e ganhou placa de homenagem do presidente da Ford da América do Sul, Lyle Watters. Entretanto, o modelo em questão usa motor e câmbio Volkswagen, o conhecido quatro cilindros AP 1800, e não um motor Ford.

Ford Verona 1990 GLX 1.8
Ford Verona GLX 1990: motor e câmbio Volkswagen
O Ford Verona que superou a marca de 1 milhão de quilômetros rodados é um exemplar fabricado em 1990 da versão GLX, que é a versão topo de gama. Essa configuração só era vendida com o motor da Volkswagen, visto que estava em plena vigência a Autolatina, joint-venture entre Ford e Volkswagen da América Latina, que durou de 1987 a 1996. Pelo acordo a Volkswagen fornecia motores 1.8 à Ford, que os usava em modelos como Ford Del Rey, Escort XR-3 1.8, Ford Versailles e Verona. A Volkswagen vendia em suas concessionárias uma versão do Verona com indumentária própria, o Apollo.

Ford Verona 1990 GLX 1.8
Ford Verona GLX 1990: motor e câmbio Volkswagen
A Ford diz que o "rodar mais de 1 milhão de quilômetros é um feito que poucos carros conseguem".  De fato, Peixoto atingiu esse marco com seu Ford Verona 1990, que adquiriu em 1992 e mantém até hoje em perfeitas condições. Fã da marca, ele ainda registrou meticulosamente todos os custos e a vida útil dos componentes do veículo ao longo desses 27 anos.

Ford Verona 1990 GLX 1.8 - Creso Peixoto e LyleWatters, presidente da Ford
Creso Peixoto e LyleWatters, presidente da Ford
Nascido em Campinas (SP), o engenheiro civil de 62 anos com mestrado em Transportes, diz que “meu primeiro carro foi um Ford Corcel 1973. Desde então, fiquei fã da marca por causa do acabamento e conforto. Por isso, o segundo carro que comprei foi um Corcel versão LDO, que significava ‘Luxuosa Decoração Opcional’. Depois, veio o Verona GLX, que quer dizer Grand Luxo”, conta.

Ford Verona 1990 GLX 1.8 de Creso Peixoto
Ford Verona 1990 GLX com motor VW AP 1800 de Creso Peixoto
Como bom engenheiro, Peixoto se acostumou a fazer o controle de custos dos seus carros. Na maioria das vezes, rodou cerca de 200 mil quilômetros antes de trocar de veículo. Mas decidiu manter o Verona até os 500 mim km para verificar se a curva de manutenção subiria muito, o que não ocorreu. Então, iniciou um novo desafio: fez um reforço estrutural e resolveu rodar com ele até o hodômetro alcançar 1 milhão de quilômetros. “Eu queria conhecer a evolução dos custos”, diz.

Volkswagen Apollo - O Ford Verona com emblema VW
Volkswagen Apollo - O Ford Verona com emblema VW
Com quatro empregos em diferentes cidades paulistas – São Bernardo do Campo, São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto – e rodando mais de 4.000 quilômetros por mês, não foi difícil para o professor alcançar a meta.

Ford Verona 1990 GLX 1.8: motor e câmbio Volkswagen

A jornada tem dados curiosos: nesses 27 anos o Verona consumiu quase 100 mil litros de etanol, 235 litros de óleo no motor, fez 46 trocas de pneus (em duplas) e revisões a cada seis meses com o mesmo mecânico.

25 Comentários

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  2. Parabéns! Com 100K de etanol, conseguiu a média 10 km/l. Excelente por se tratar de um motor antigo, mas eu vejo isso como vantagem de um motor "monofluel" etanol.

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  3. 235 litros de óleo em 27 anos, é uma marca impressionante, já que marea turbo gasta isso em um ano.

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    1. Kkkkkk, deixa eu anotar aqui o seu lugar já está reservado lá embaixo.

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    2. Se fosse um EA211 pode colocar mais uns 300 litros para ficar completando nível.

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  4. O segredo to powertrain longevo é fazer grande milhagem e claro, a preventiva. Taxis alcançam facilmente 300 mil km. Já a turma que somente usa carro pra ir ali na esquina não tem jeito, vão fazer motor e caixa aos 100 - 150 mil km rodados.

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  5. SERÁ QUE ESTES MOTORES DE 3 CILINDROS TURBO AGUENTAM 300 MIL KM ???

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  6. Na reportagem da TV o professor Creso afirma já ter retificado o motor. A escolha pela Ford foi por causa do acabamento, algo que a marca sempre se destacou.

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    1. A Ford não dá 1 piu sobre acabamento. Só fala do motor, oleo, etc.

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    2. Tivemos uma Belina com esse motor AP em 1990. Foi nossa terceira Belina. Das três a única que precisou mexer no motor logo na primeira revisão foi a de motor AP. As com motor CHT foram vendidas com o motor intacto. Mas deve ter sido um problema isolado, pois esses motores AP eram resistentes. Em relação ao acabamento os Ford não tinham para ninguém, tanto é que esse foi o fator que mais pesou na escolha do professor Creso.

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  7. Nesta época a Ford usava motores da VW e com seu Acabamento era sucessos de vendas, já a VW produzia carroças com motores, Brasília, Fusca, Kombi, gol, e hoje faz a mesma coisa com poloplastic, t-plástic, gol, bombarok, tigubomba,

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  8. Na época da Autolatina a VW usou os motores 1.0 e 1.6 da Ford no Gol e Voyage.
    Então fou uma troca.
    Os motores 1.6 CHT eram muito econômicos e de baixa manutenção.
    Pela manutenção correta que o professor fez no carro, se fosse o motor 1.6 CHT também teria chegado em bom estado.

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  9. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  10. Motor foi feito 2 vezes... o cara disse que para cada R$1 de combustível gastou R$0,9 de manutenção.. péssimo

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  11. realmente a questao de acabamento daq ford anos 80, 90 e inicio dos 2000 sempre impecavel, eu tenho fiesta 2000 em questao acabamento sem reclamação as peças sao de perfeito encaixe.

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  12. tinha que ser estrututa ford.. pq se fosse gol.. rachava o tunel né... um vw por si só nunca chega nessa km pq a estrutura vai antes... kkkkk

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  13. Lendários motores AP, não se faz mais motores como antigamente

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  14. Quais foram os reforços estruturais citados na matéria?

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