Toyota recebe multa bilionária por mentir aos consumidores

O Departamento de Justiça dos EUA firmou um acordo (veja aqui) com a Toyota para pôr fim a uma investigação criminal sobre o comportamento da montadora no tratamento de um problema de aceleração súbita que acometeu alguns de seus modelos mais vendidos nos EUA, como o Camry.

A maior montadora do mundo pagará uma multa de US$ 1.2 bilhão de dólares por ter mentido para ao órgão de segurança automotiva dos EUA, o National Highway Traffic Safety Administration, ao Congresso dos EUA e ao público em geral sobre como estava resolvendo o problema de aceleração súbita em seus carros.

Em um dos pontos do acordo, que a Toyota reconheceu como verdade, fica claro que a Toyota anunciou em novembro de 2009 que "estava muito confiante de que tinha resolvido o problema", o qual, segundo a empresa, "era causado por tapetes que interferiam no acelerador".

Entretanto, no dia seguinte a Toyota cancelou uma alteração de projeto em carros que não tinham sido objeto de recall, porque se fizesse tal alteração, “muito provavelmente as autoridades e os consumidores ficariam desconfiados de que a empresa estava admitindo o problema, e que o mesmo não era decorrente apenas de tapetes mal posicionados", conforme apontou investigação dos EUA.

O governo dos EUA diz que a Toyota comprou boas relações públicas por meio de declarações enganosas sobre como ela estava resolvendo os problemas em seus carros, e, assim, poder continuar a vender carros sem questionamentos relativos a sua segurança.

Além da multa, a empresa será monitorada de perto por agentes federais dos EUA por no mínimo três anos, para garantir que todos os problemas de segurança dos seus carros terão tratamento adequado.

O caso da GM

Após o acordo com a Toyota, o ministro da Justiça dos EUA, Eric H. Holder Jr. (foto abaixo), disse claramente que "outras fabricantes automotivas não devem repetir o erro da Toyota; um recall pode causar uma mancha na reputação da empresa, mas mentir aos consumidores é muito pior".

A declação de Holder está sendo entendida como um aviso de que a G.M., que também está sob investigação criminal nos EUA (veja aqui), também terá que firmar um acordo bilionário com o Departamento de Justiça dos EUA.

Fonte: New York Times